O que é ser empoderada? Saiba mais sobre o assunto e seja dona de si
Está na hora de entender o que é ser empoderada e de que forma você pode provocar essa mudança na sua vida!
Entenda como o termo "não binário" se qualifica dentro da identidade de gênero e saiba mais sobre o assunto!
A identidade de gênero, assim como a sexualidade, pode ser um espectro e fluída. Isso significa que nem sempre ela vai se encaixar em A ou B ou permanecer a mesma durante toda a vida (ou todos os dias, por exemplo). Entre masculino e feminino, tem gente que é não binário. E agora chegou a hora de você entender um pouco mais sobre esse assunto! Aproveite.
Antes de tudo, precisamos entender o que é essa tal “identidade de gênero”. Há algum tempo, tudo o que conhecíamos era o fato de uma pessoa nascer homem ou mulher, e esse ser o seu gênero correspondente. Mas, imagine, por exemplo, se você não se reconhecesse dentro do seu gênero biológico? E nem quisesse fazer a transição para a sua (única) outra opção dentro da binariedade.
Nesse caso, desempenhar um papel com o qual não se identifica seria um fardo bem difícil de carregar, não é mesmo? É por isso que temos a opção de recorrer a uma identidade e expressão de gênero diferentes daquele com o qual nascemos e o conceito não binário está incluso nessa possibilidade.
Basicamente, as pessoas acreditam que, dentro de um papel social, somos homens ou somos mulheres. Abrindo um pouco esse leque, algumas pessoas são mais femininas ou mais masculinas, independentemente do gênero. Se formos além disso, todos nós temos características que vão e voltam do masculino ao feminino várias vezes por dia.
Em alguns casos, essa identidade de gênero funciona como uma espécie de extensão do gênero biológico — homens masculinos e mulheres femininas. Mas essa não é uma regra e a não binariedade é justamente tudo aquilo que está no meio disso.
Isso porque “homem” e “mulher” são apenas dois papéis sociais criados para que você tenha mais facilidade para ser aceito. Só que é absolutamente possível que você não se identifique ou, simplesmente, não consiga desempenhar apenas um deles.
Além de carregar características femininas e masculinas, os indivíduos não binários ainda podem não se reconhecer em absolutamente nenhum desses gêneros. Sua expressão está muito além desses dois polos, o que é conhecido como “ausência de gênero“.
A verdade é que as expressões de gênero são bastante amplas e talvez seja impossível denominar todas elas. Cada um coloca no mundo aquela imagem pela qual quer ser reconhecido, sem precisar de referências para que comparem se a pessoa é “ele” ou “ela”, por exemplo.
São mais de 300 identidades não binárias nomeadas, hoje. E a lista não para de crescer. Entre as principais, estão:
agênero: quando a identidade se define pela ausência de gênero;
andrógino: quando masculino e feminino coexistem, misturados;
gênero fluído: quando o gênero muda de tempos em tempos, podendo ser meses ou horas;
demigênero: quando é identificada parcialmente com um gênero (demimenino/demimenina);
xenogênero: abrange vários tipos, mas sem se identificar com o universo binário.
O conceito de não binário se refere a quem não quer ser estereotipado e ter que lidar com a expectativa de que cumpra um papel determinado, de acordo com aquilo que “parece”. As características físicas não precisam corresponder ou sequer parecer com um homem ou com uma mulher, apenas porque isso deixa os outros confortáveis.
É importante expandir essa mentalidade de que uma pessoa não binária precisa parecer alguém ou alguma coisa. Muitos esperam um estilo andrógino, maquiagens extravagantes, roupas e acessórios diferentes. Mas nada disso é necessário. A não binariedade tem a ver com a sua identidade de gênero, e nada mais.
Diferentemente do que acontece em outros idiomas, o português assume a binariedade nos seus pronomes. Ao nos referirmos a alguém, flexionamos os substantivos e adjetivos para corresponderem a um gênero masculino ou feminino. Por isso, pode ser mais difícil se adaptar aos pronomes neutros e não binários. Mas essa é só uma questão de prática e de tempo.
Por uma questão de empatia, precisamos compreender que tratar alguém por “ele” ou “ela”, quando a pessoa não se identifica com o sistema binário de gêneros pode ser desrespeitoso. É por isso que expressões neutras estão sendo incorporadas a nossa língua, justamente para atender a essa lacuna de tratamento.
Assim, devemos considerar o pronome “elu” como uma alternativa ao “ele” e “ela”. Então, nessa linguagem neutra e não binária, elu recebe o desdobramento em delu, aquelu, nelu. Em outros casos, é a letra “e” que é utilizada para substituir “o” ou “a” ao final das marcações de gênero.
É claro que sempre existe a possibilidade (e o dever) de perguntar a cada pessoa como ela gostaria de ser chamada. No entanto, tome cuidado: quando você diz a alguém, por exemplo, “como eu devo chamar vocês?”, no plural, essa se torna uma colocação preconceituosa.
Isso porque quando nos referimos a “vocês” como uma maneira de separar os “outros” de “nós”, é discriminação. Além disso, ainda que você esteja se referindo a todas as pessoas que se identificam como não binárias, cada uma delas, provavelmente, vai querer ser tratada com um pronome específico.
Nesse caso, prefira perguntar: “como eu devo me referir a você?”.
Por fim, é muito importante questionar, eventualmente, a sua identidade de gênero, especialmente, quando você não se sente confortável com o papel social que está desempenhando. Esse é o ponto de partida para compreender como a sua expressão muda ao longo da vida, tal como a sua energia, e se colocar como quem você é.
Questionar não significa que você vai, necessariamente, mudar de gênero, apenas refletir um pouco mais sobre essas questões e, talvez, perceber que essa fluidez está presente em todos nós. Em alguns, com maior intensidade e, em outros, com menor.
Assim como nossas preferências pessoais, nossa identidade de gênero não nasce pronta1. Mas temos a oportunidade de experimentar, descobrir e construir aquilo com o que nos identificamos. Respeitar as diferenças entre “mim” e o “outro” é parte crucial nesse processo para criar um espaço seguro e respeitoso para que todos possam se expressar tal como são, seja não binário ou não.
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1A construção da identidade de gênero na adolescência (bvsalud.org)
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