O que é squirt? Entenda como funciona a ‘ejaculação feminina’

Possivelmente, você só ouviu falar sobre a ejaculação limitada ao corpo masculino, associada ao pênis e ao prazer do homem, não é? Sabia que esse mecanismo não é exclusivo do sexo masculino?

Sim, estamos falando da ejaculação pela vulva (squirt) — antes, durante ou depois do ato sexual. Como o assunto ainda é novo e pouco debatido, queremos convidar você a descobrir mais sobre ele e, principalmente, esclarecer se e como você pode ajudar sua parceira a experimentar essa sensação.

Vamos lá? Aproveite o conteúdo!

O que é squirt?

Em tradução literal, squirt é a palavra usada na língua inglesa para se referir a “esguicho”, um ato bastante semelhante ao que ocorre nos órgãos genitais femininos ao experimentar uma grande sensação de prazer. Diferentemente da lubrificação que ocorre quando há excitação, o squirt equivale a uma ejaculação masculina, porém, de uma forma bem diferente.

O squirt não tem cor e não tem cheiro. Por isso, se você estiver esperando um líquido semelhante ao sêmen, esqueça. A quantidade também é menor, apesar de sair com bastante pressão e ser mais volumoso do que a simples lubrificação normal da vagina.

Em geral, acontece quando a vulva experimenta uma sensação de prazer e, com ela, pequenos esguichos de líquido (lembre-se: sem cheiro ou cor). Ao contrário do que muitos podem imaginar, o squirt não ocorre apenas no momento do orgasmo.

Na verdade, ele pode acontecer antes, durante ou depois dele, ou mesmo que ele nem aconteça. Ele está associado ao prazer, mas nem sempre ao clímax. Por isso, em muitos casos, a mulher só tem orgasmo mesmo depois de “liberar” a sensação provocada pelo squirt.

Para quem costuma confundir o líquido com urina, saiba que existe um estudo realizado em 2014, pelo Journal of Sexual Medicine, que mostra que existe, sim, alguma quantidade de urina no squirt. Porém, ela equivale a praticamente a mesma quantidade de urina encontrada no líquido prostático da ejaculação masculina.

Para chegar a essa conclusão, antes de as mulheres esguicharem durante o sexo no estudo, elas foram ao banheiro fazer xixi. Com isso, ficou comprovado que suas bexigas estavam vazias no momento do ato sexual, e que a quantidade de urina presente no líquido era absolutamente normal, assim como em homens.

Então, não precisa ficar com nojinho ou confundir o mecanismo com a prática do golden shower, que é uma espécie de fetiche com urina, beleza?

Como e quando esse mecanismo ocorre?

É importante entender que o squirt não é algo para ser alcançado no ato sexual. Não se trata de estimulá-lo bem o bastante e ele também não deve estar associado ao ápice do prazer. Na verdade, em muitas circunstâncias, ele pode ocorrer ligeiramente antes ou depois do orgasmo.

Não existe uma unanimidade sobre como ou quando o squirt ocorre. O que se sabe é que ele pode ser uma espécie de fluído que fica na bexiga (mas não é xixi). Ele se cria e é liberado ao estimular o ponto G e as glândulas de Skene, próximas ao fim da uretra. Desse modo, ele não sai nem da vagina e nem da uretra, mas de outro orifício minúsculo e quase imperceptível na vulva, que são essas pequenas glândulas.

Além disso, a mulher não tem qualquer controle sobre ele. Em geral, é preciso proporcionar prazer nas áreas certas, o que pode acontecer intencionalmente ou não. Inclusive, muitas pessoas acabam provocando um squirt de forma acidental.

A sensação parece ser bastante prazerosa, já que muitas mulheres que relataram ter tido essa experiência também melhoraram a qualidade da sua vida sexual. Em geral, isso se deve ao fato de que a uretra é composta por muitas terminações nervosas que, se estimuladas durante o ato sexual ou um orgasmo, podem aumentar a intensidade do prazer.

Por falta de conhecimento, algumas pessoas podem se sentir envergonhadas e constrangidas, achando que deixaram “escapar xixi” no ato sexual. Por isso, é fundamental que você conheça o assunto para ajudar a deixar sua parceira confortável caso isso venha a acontecer.

Quem é capaz de ter o squirt?

Muitas mulheres podem expulsar alguma quantidade de líquido durante o orgasmo. Boa parte dele acaba passando despercebido, em razão da pouca quantidade e da falta de conhecimento sobre o assunto.

Em alguns casos, por se tratar de um volume maior, ele é mais perceptível, chegando a jorrar em alguns momentos da transa. Inclusive, ele pode acontecer várias vezes seguidas, sabia disso? Mas, sim, o squirt é supernatural para pessoas com vulva.

O que acontece é que quando ele está próximo de acontecer, ocorre uma sensação muito forte de que você precisa fazer xixi. Com medo que aconteça, a maioria das mulheres tenta segurar, o que impede completamente que aconteça, ou faz com que a ejaculação fique interrompida, como um vazamento.

Esse é, de longe, o maior impeditivo para o squirt. Se a mulher tiver vergonha, em vez de ser uma experiência prazerosa, vai ser algo bem desconfortável e embaraçoso. Por isso, é importante ter clareza de que o squirt não é xixi e que está tudo absolutamente bem em ocorrer um.

Uma boa notícia que talvez acalme os ânimos é que é realmente muito difícil urinar durante uma transa. Em geral, nessas horas, os músculos pélvicos se contraem bastante. Isso, por si só, impede que a urina saia, portanto, se ela não tem como sair, a aparente vontade de fazer xixi é, na verdade, o squirt chegando.

Então, se você tiver vulva e experimentar essa sensação ou se tiver alguma parceira que relate isso, talvez seja a hora de deixar fluir e tratar o momento com naturalidade. Mas se certifique de que vocês estarão suficientemente confortáveis para lidar com a situação, ok?

É possível estimular o corpo para que aconteça?

Essa é uma ótima notícia: é possível estimular o corpo para ter um squirt. Mas, também, é preciso levar em consideração que, por alguma questão genética, algumas mulheres não possuem as glândulas de Skene e, mesmo as que as têm, precisam estar muito excitadas e serem estimuladas da forma certa para rolar.

Então, a missão não é tão simples. Se a pessoa sabe que é capaz de ter o squirt, dá pra tentar estimular que aconteça, com muita paciência e respeito às sensações e preferências de cada um. Primeiro de tudo: é preciso que a mulher esteja completamente relaxada. Depois, será necessária uma combinação de estímulos no clitóris, próximo à uretra e na vagina, é claro.

Com isso, podemos dizer que o squirt só é possível com um estímulo múltiplo, algo que certamente não estará ao seu alcance em uma mera “rapidinha”. Mas, se você quiser se dedicar, aí a história muda. Apesar de não ter uma fórmula precisa para acontecer, existem algumas boas dicas que podem ajudar a orientar você.

Por exemplo: bem perto da entrada da vagina estão localizadas as glândulas de Skene e a chamada “raiz do clitóris”. Essa região precisa ser intensamente estimulada e, para isso, vale usar os dedos, a língua, o pênis ou objetos sexuais. Com a velocidade e o tempo certo de estímulo, o squirt pode dar as caras.

Só tome o cuidado para a tentativa não se tornar algo forçado ou artificial. O ideal é que você combine a tentativa com ótimas preliminares, já que quanto mais excitada a parceira estiver, mais fácil será fazer com que ela sinta prazer, e isso pode ajudá-la a ter um squirt.

Como tentar um squirt?

Se você quer tentar essa sensação na sua própria vulva ou em uma parceira, nós elencamos um passo a passo que pode ser bem útil e ajudar nessa experiência. Vamos conferir?

Prepare o ambiente

É importante que a pessoa se sinta completamente relaxada no momento de transar. Ao tentar o squirt, as coisas podem sair um pouco de controle e ficarem bastante molhadas. Por isso, para evitar a preocupação com a bagunça, certifique-se de arrumar algumas toalhas embaixo ou escolher um lugar que possa ser umedecido.

Tenha tempo disponível

Um squirt pode levar tempo e a pessoa em questão se sentir pressionada não é uma opção nessas horas. Além de tudo, na primeira vez, vai ser uma descoberta e, já que você ainda não conhece o caminho, pode demorar ainda mais. A dica é ter bastante tempo disponível e nenhuma pressa de acabar. Comece lentamente e se certifique de que você conseguirá manter os esforços por um bom tempo.

Comece pelo clitóris

Como você viu, o squirt tem bastante a ver com excitação. A única maneira de torná-lo mais acessível (e sensível) é estimulando o clitóris. Isso vai aumentar o fluxo de sangue na região e começar a proporcionar prazer. As preliminares são cruciais para relaxar o corpo e aumentar a sensibilidade a qualquer tentativa.

É realmente importante que a mulher esteja muito excitada para ter um squirt. Por isso, você deve explorar toda a região genital, de uma forma que você (ou sua parceira, se for o caso) curta, e estimular pontos que sejam erógenos. Nem sempre eles estão centrados nas genitais.

Use brinquedos a seu favor

Estimular o suficiente para ejacular é algo que pode demorar e se tornar bem cansativo, especialmente, se você ainda precisa aprender como fazer isso. Então, é interessante contar com objetos sexuais, que vão facilitar o processo. Se for o caso, você pode tentar alternar entre partes específicas do seu corpo e brinquedos sexuais.

Não se preocupe com o xixi

Muitas pessoas têm a sensação de que vão fazer xixi antes do squirt, mas, na verdade, é só o esguicho, e não é urina de verdade. Então, é preciso que você não se preocupe com isso ou deixe sua parceira muito relaxada quanto à possibilidade de acontecer, de fato. Outra recomendação válida para diminuir a preocupação é ir ao banheiro antes da transa.

Tente o Kunyaza

Existe um método bastante antigo surgido em Ruanda, na África, que promete levar ao squirt. Trata-se, basicamente, de estimular a parceira já excitada na parte externa, na vulva, com a cabeça do pênis. Os movimentos precisam ser rápidos entre os grandes lábios, passando pelo clitóris, mas não utilize força. Embora a prática não seja nenhuma garantia, vale tentar né?

Caso as dicas não sejam o suficiente para experimentar um squirt, não se preocupe. Lembre-se de que, quando se trata de prazer, não existe uma fórmula mágica e nem funciona como uma receita de bolo. Cada corpo sente de um jeito, e o objetivo é que seja extremamente agradável para todos os envolvidos.

Além disso, a mulher não tem qualquer controle sobre como ou quando ter um squirt. Ela não pode conduzir a essa sensação psicologicamente, por isso, a melhor dica é se manter relaxada e aproveitar o momento.

É importante pensar no squirt não como uma premissa para o prazer, mas sim, como um complemento, que algumas vão sentir com mais intensidade e outras, com menos. Assim como qualquer sensação no ato sexual, cada organismo reage de um jeito.

Da mesma forma como algumas mulheres têm mais sensibilidade nos seios e outras, menos, por exemplo, algumas terão mais facilidade e prazer em ejacular. O ideal é sempre checar se aquilo que está sendo tentado tem um efeito positivo ou negativo sobre o corpo do outro. Pode até parecer papo motivacional, mas a verdade é que o caminho deve ser sempre mais prazeroso do que o destino.

Por fim, é importante sempre buscar novas formas de prazer, procurando informações e treinando técnicas diferentes. Quanto mais recursos no seu corpo ou no corpo da sua parceira você descobrir, mais interessantes podem se tornar os momentos íntimos de vocês até chegar ao squirt.

Para saber mais sobre as sensações prazerosas que o seu corpo pode sentir ou proporcionar, não deixe de ler outros materiais no nosso blog. Você vai encontrar muitos assuntos interessantes. Aproveite!