Exames de IST: quais devem ser feitos e qual a periodicidade?
Muita gente não sabe como começar a fazer seus exames de IST e qual a periodicidade recomendada. Leia nosso post e saiba como se prevenir!
Você sabia que o DIU pode durar anos, tem alta eficácia e causa poucos efeitos colaterais? Saiba mais sobre o assunto, neste post!
Quem tem uma vida sexual ativa costuma ter duas preocupações: proteger-se de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e evitar uma gravidez indesejada. Embora os preservativos resolvam ambas, algumas pessoas preferem aliar mais de um meio de contracepção.
Considerado um dos métodos contraceptivos mais seguros e eficazes, o dispositivo intrauterino (DIU) faz parte do grupo dos contraceptivos reversíveis, ou seja, que não afetam a fertilidade da mulher a longo prazo. Apesar da alta taxa de sucesso, é um método ainda pouco conhecido.
Mesmo quem já ouviu falar no DIU, normalmente, desconhece suas principais vantagens e seu modo de ação. Quer conhecer mais sobre o dispositivo e saber como ele funciona? Continue a leitura!
DIU é a sigla usada para designar o dispositivo intrauterino. Trata-se de um objeto, usualmente em formato de “T”, que é inserido no útero para impedir os espermatozoides de ter contato com os óvulos, dificultando a fecundação.
Desde a antiguidade, dispositivos intrauterinos são utilizados para evitar a gravidez¹. Estima-se que por volta do ano 400 a.C., Hipócrates já inseria objetos no útero de suas pacientes com o auxílio de um tubo de chumbo. Ao longo da história, esses itens foram feitos de diferentes formas e composições.
Atualmente, o DIU é fabricado em cobre, prata, ou pode conter hormônios femininos. Sua taxa de falha é de apenas 0,1% a 0,8%, sendo muito mais eficaz que as pílulas anticoncepcionais que, apesar de mais populares no Brasil, podem apresentar uma taxa de falha de até 8%.²
Além disso, o DIU tem duração de 5 a 10 anos, a depender do modelo. Isso torna o método uma excelente opção a longo prazo para as mulheres que não querem engravidar.
Como vimos, o DIU pode ser feito de diferentes materiais. Atualmente, ele pode ser revestido de cobre, prata, ou ser hormonal. Confira mais detalhes sobre cada tipo, a seguir.
O DIU de cobre é, provavelmente, o mais comum e conhecido. Trata-se de um fio coberto de cobre que deve ser inserido no útero³. Pode ser encontrado no formato de “T” (mais comum), em “Y” ou em “U”. A escolha do formato depende da estrutura corporal e do tamanho de cavidade uterina de cada pessoa.
Ele não tem nenhum hormônio e sua ação está relacionada às alterações bioquímicas provocadas pelo objeto no ambiente uterino. Ou seja, o DIU de cobre causa uma espécie de inflamação no endométrio, tornando o ambiente hostil para os espermatozoides. Sua duração média é de 10 anos.
Apesar do que o nome sugere, o DIU de prata é, na realidade, uma combinação da prata com o cobre. Ele foi criado para diminuir os efeitos adversos do modelo de cobre. Assim, a presença da prata consegue compensar as reações, fazendo com que o cobre não seja tão sentido pelo organismo feminino. Seu formato é em “Y” e sua duração média é de 5 anos.
Apesar de conhecido como DIU hormonal, o nome correto é Sistema Intrauterino (SIU). Atualmente, existem dois tipos de SIU: Mirena e Kyleena. Ambos utilizam o levonorgestrel, um hormônio que modifica o muco cervical e diminui o endométrio, tornando o útero impróprio para a concepção.
A principal diferença entre eles diz respeito ao tamanho, pois o Kyleena é menor que o Mirena, sendo recomendado para pacientes com fluxo menstrual menor, ou com úteros pequenos. Ambos oferecem proteção contra gravidez por até 5 anos.
O DIU é indicado para mulheres que procuram um método contraceptivo reversível e não desejam (ou não têm indicação para) usar outros modelos seguros e reversíveis, como os hormonais (pílulas, implantes, adesivos e injeções anticoncepcionais). Ele pode ser utilizado pela maioria das mulheres, incluindo adolescentes, lactantes e aquelas que não tiveram filhos.
Existem poucas contraindicações ao uso do DIU4. As restrições costumam estar relacionadas à anatomia do útero, pois é necessário inserir o dispositivo na cavidade uterina.
Então, quando há alguma má-formação ou disfunção, o órgão não consegue comportar o objeto. Assim, o DIU é contraindicado nas seguintes situações:
doença inflamatória pélvica atual;
ocorrência ou suspeita de gravidez;
infecção do útero ou colo do útero, após parto ou abortamento;
ocorrência, ou suspeita, de câncer do útero, ou do colo do útero;
anormalidades anatômicas do útero.
Essa é uma dúvida bastante comum, e a resposta é sim. O DIU não tem a função de suspender a menstruação. Contudo, as alterações no fluxo menstrual estão entre as reações adversas mais comuns sentidas pelas pessoas usuárias do método.
Enquanto no uso do DIU de cobre ou de prata é comum aumentar o fluxo menstrual, o DIU hormonal costuma diminuir a intensidade do sangramento. Assim, as usuárias de DIU hormonal podem perceber mudanças tanto em relação ao ciclo quanto relacionadas ao fluxo menstrual. Isso ocorre devido à liberação local do hormônio levonorgestrel.
O DIU apresenta algumas vantagens comuns a todos os tipos:
alta eficácia;
longa duração (5 a 10 anos);
utilização permitida durante a amamentação;
possibilidade de reversão.
Como os DIUs de cobre e de prata não contêm hormônios, podem ser utilizados por mulheres que precisam evitar hormônios externos. Além disso, não têm sua eficácia reduzida por nenhum medicamento e são de baixo custo.
Já o DIU hormonal, por conter levonorgestrel, apresenta os seguintes benefícios:
atua inibindo a ovulação;
pode ser utilizado como reposição hormonal na menopausa;
pode diminuir o fluxo menstrual;
por conter apenas levonorgestrel em sua composição, diminui o risco de trombose associada ao uso de estrogênio.
Como vimos, o objetivo do DIU é tornar o ambiente uterino hostil e, assim, impedir a gestação. Nesse sentido, tanto os modelos de cobre e prata quanto os hormonais promovem:
alterações no muco uterino para diminuir a mobilidade dos espermatozoides;
efeito espermicida;
mudanças no endométrio, dificultando a implantação do óvulo.
Assim, o DIU age, inicialmente, impedindo que o espermatozoide chegue até o óvulo. Mas, caso isso ocorra, o dispositivo dificulta a fecundação do óvulo e, por fim, se essa ação também falhar, o método pode impedir a implantação do ovo fecundado no útero.
Devido ao levonorgestrel, os modelos hormonais são muito indicados em condições que precisam de terapia hormonal, como:
pacientes com sangramento aumentado;
reposição hormonal na menopausa;
mulheres com endometriose;
condições que causem fluxo menstrual forte e doloroso.
No Brasil, todos os tipos de DIU citados neste artigo — cobre, prata e hormonal — podem ser cobertos pelos planos de saúde. Caso a aquisição e inserção sejam realizadas de forma particular, os preços do procedimento podem variar de R$500,00 a R$2.500,00, a depender do profissional e do tipo de dispositivo5.
Afinal, o valor muda conforme o modelo e o material escolhido:
cobre: R$150,00 a R$200,00;
prata: R$300,00 a R$380,00;
hormonais: R$800,00 a R$900,00.
Vale ressaltar que o DIU de cobre é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse caso, tanto o dispositivo quanto a inserção são gratuitos. Os valores apontados aqui têm como base o ano de 2022.
Uma preocupação bastante frequente relacionada aos métodos contraceptivos é em relação ao ganho de peso. Sem rodeios, podemos afirmar que tanto o DIU de cobre quanto o de prata não fazem engordar. Já o modelo hormonal pode levar a um pequeno ganho de peso, visto que ele libera hormônios e atua no perfil hormonal da pessoa usuária.
Com tanta variedade de métodos contraceptivos, é fundamental conhecer bem as possibilidades para decidir qual é o mais adequado ao seu perfil. Um método bastante eficaz e com poucos efeitos colaterais é o DIU. Importante ressaltar que, ao contrário do que muitas vezes se pensa, não é preciso autorização do parceiro para colocação do dispositivo. De toda forma, um profissional da saúde pode te auxiliar na escolha do melhor método ou do melhor DIU para o seu caso específico.
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Referências:
¹ Febrasgo
³ Fiocruz
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